O CEO do Bradesco e presidente do conselho diretor da Febraban, Octavio de Lazari, declarou, durante sua participação no Fórum BNDES de Direito e Desenvolvimento, que o banco é alvo de 42 mil processos trabalhistas, o que considera um “absurdo”. Em outra declaração, Lazari diz que a reforma tributária deve simplificar o arcabouço fiscal para assegurar a atração de investimentos.

O Bradesco é o segundo maior banco privado do país. Em 2022, apresentou  lucro de R$ 20,732 bilhões. No primeiro semestre de 2023, o lucro já alcançou R$ 8,8 bilhões, e o que é importante mencionar: só não foi maior por conta das provisões relacionadas às fraudes nas demonstrações financeiras das Lojas Americanas. O Bradesco figurava no topo da lista dos principais credores.

O mesmo banco que lucra bilhões, precisa fechar 2.845 postos de trabalho e 139 agências bancárias nos últimos 12 meses?  O mesmo banco que apresenta uma postura ofensiva contra os trabalhadores, que são os verdadeiros responsáveis pela alta rentabilidade, foi omisso na apuração do risco de uma Grande Companhia. O real absurdo que o Banco não publiciza é como os trabalhadores foram afetados com diminuição nos seus rendimentos em favorecimentos de bilionários.

Para o fim dos processos trabalhistas, o banco precisa, em primeiro lugar, deixar de descumprir a legislação.

Precisamos fortalecer, cada vez mais, os sindicatos para fiscalizar as condições de trabalho e cobrar a correção dos descumprimentos. Além disso, o Brasil precisa de reindustrialização e políticas de promoção ao desenvolvimento social, econômico e ambiental.  Quando os banqueiros falam em atrair investimentos, pensam na bolsa, na especulação, nos rentistas que possuem uma postura predatória para a população e para o meio ambiente.

Neste sentido, os investimentos que precisamos é para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e não somente para um grupo de privilegiados. Nossa luta é pela queda na taxa de juros, pela taxação de grandes fortunas e por uma reforma tributária que preze por justiça social. Os bancos precisam garantir contrapartida social, a partir desses lucros imensos, que aumentam cada vez mais a desigualdade entre milionários e miseráveis.