Na tarde desta quinta-feira (17), a Fetrafi-RS enviou um ofício ao Banrisul solicitando o adiamento da retirada das barreiras acrílicas, anulação da determinação de retorno das gestantes ao trabalho presencial, e a manutenção do ressarcimento de exames de Covid-19 dos funcionários, tanto em casos detectados, quanto nos suspeitos de contaminação pelo vírus. As mudanças foram anunciadas pela direção do Banco na última segunda-feira (14).

O SindBancários Porto Alegre e Região considera inaceitável a atualização da normativa de protocolos para combate à Covid-19. Em normativa circular interna enviada aos trabalhadores do Banco, a gestão da instituição financeira anunciou o encerramento do acompanhamento de casos relacionados ao Coronavírus, sejam eles suspeitos ou confirmados. Entre as medidas que já estão sendo colocadas em prática estão a retirada das barreiras acrílicas das estações de trabalho, a remoção das marcações de distanciamento interpessoal nas filas e das faixas de não-utilização de assentos e longarinas.

O Banrisul também solicitou a remoção dos cartazes informativos que tratam da ocupação máxima dos ambientes e das medidas protetivas contra a doença, responsável por vitimar mais de 680 mil brasileiros nos últimos dois anos. Para a diretora de Saúde da Fetrafi-RS, Raquel Gil de Oliveira, que é membro da Comissão de Saúde bipartite do Banrisul, a retirada das proteções de acrílico é desnecessária e pode gerar um custo extra ao Banco. “Além de não fazer sentido do ponto de vista da proteção à saúde, não faz também do ponto de vista econômico. Mais na frente pode ser necessário recolocar a proteção para evitar não só a Covid, mas várias outras doenças virais”, pondera.

Raquel também destaca que algumas medidas sanitárias vigentes durante a pandemia devem continuar, como a questão da higienização das mãos. “Há cuidados que nunca havíamos observado antes e que a pandemia nos ensinou. Não devemos abrir mão deles”, ressalta.

A diretora afirma, ainda, que o objetivo do ofício enviado ao Banrisul é a revogação da Nota Técnica circulada pelo Banco, inclusive no que diz respeito ao ressarcimento dos testes. “Isso é grave, porque pode desestimular as pessoas a realizarem os testes quando estiverem com sintomas e isso ter consequências para a sua saúde, dos colegas e dos clientes”,finaliza.

Normativa é publicada quando casos da doença voltam a crescer

Nesta quarta-feira(16), o governo do Estado do Rio Grande do Sul emitiu uma nota informando que uma equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria da Saúde detectou oito novos casos da subvariante BQ.1 da Covid-19 no Estado. As contaminações foram identificadas em amostras coletadas nas duas últimas semanas de outubro e nas duas primeiras de novembro, em Porto Alegre e Santa Maria, elevando para nove o total de infecções pela nova subvariante no estado.

O texto aponta a preocupação de especialistas da área quanto ao crescimento de novos casos da cepa nas próximas duas semanas em virtude da chegada e disseminação da nova variante.

Para a secretária-geral do SindBancários, Sílvia Chaves, é necessário questionar o Banrisul do porquê da revogação da normativa, uma vez que a pandemia ainda não acabou e o momento epidemiológico vivido pelo Rio Grande do Sul ainda aspira cuidados.

“Em momentos anteriores, quando em razão da vacinação e dos protocolos seguidos de forma eficaz, tivemos a pandemia amenizada, o Banco não teve essa postura de abertura dos protocolos de segurança”, critica a secretária-geral do sindicato, Sílvia Chaves.

Para ela é fundamental que o Banrisul volte atrás em sua decisão. “Neste momento, onde temos uma sinalização do Governo gaúcho recomendando que as medidas de proteção contra o vírus sejam retomadas, o Banco vai na contra mão da lógica, solicita que colegas e clientes fiquem desprotegidos, cancelando as medidas protetivas e enfraquecendo ainda mais os protocolos sanitários dentro das agências”, enfatiza a dirigente sindical.

Fonte: SindBancários POA e Região, com informações e edição da Fetrafi-RS